Cyberpunk na indústria do entretenimento

Em seu Trabalho de Conclusão de Curso, Edson Almeida Costa, graduado em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Belo Horizonte e MBA em Marketing Digital, desenvolveu um estudo sobre o cyberpunk na indústria cultural, usando o mangá Blame! como principal objeto de pesquisa.

É interessante falar sobre Blame! no momento, pois em maio desse ano foi lançada uma adaptação em formato de anime. Além de falar sobre cyberpunk, contracultura e cibercultura, o TCC de Edson acaba sendo uma boa fonte de informação do universo de Tsutomu Nihei, criador da série, retratando com detalhes as influências e características marcantes da obra.

O material pode ser lido pelo link abaixo:
Edson – Monografia – Cyberpunk na Indústria de Entretenimento

Dossiê whitewashing: Ghost In The Shell

Passado mais de uma mês após a estreia da adaptação americana de Ghost In The Shell, o calor da discussão finalmente abaixou. Mas afinal, foi ou não foi whitewashing?

Por definição, whitewashing é uma prática da indústria cinematográfica em que atores brancos são escalados para papéis racialmente diferentes ou de etnia estrangeira. O cinema americano realiza isso há tempos e essa lista da Wikipedia pode dar uma ideia de quão comum isso é:

https://en.wikipedia.org/wiki/Whitewashing_in_film#List_of_films

Durante a produção de Ghost In The Shell, muito se especulou sobre o “embranquecimento” de Motoko Kusanagi. Houve até um boato sobre alterar digitalmente o rosto de Scarlett Johansson, para que ela ficasse com traços asiáticos. A desaprovação de parte do público ganhou notoriedade nas redes sociais e uma petição virtual conseguiu reunir mais de 105 mil assinaturas para que a atriz fosse substituída.

Reuni alguns argumentos de ambos lados para expor melhor a situação:

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Harry Potter Cyber Punk Adventure: The 1980’s Anime

O canal do YouTube The STATION by MAKER realizou uma animação de como seria a história de Harry Potter se ela fosse contada através do anime Akira. O resultado é uma divertida e bem elaborada mistura de enredos, que se unem em momentos marcantes das duas tramas. Reparem no cuidado com a adaptação da trilha sonora e a revelação final da identidade de Voldemort!

Pokémon Cyberpunk – Parte II

Em 2004, era exibido no Japão, o episódio de nº 341 de Pokémon, que já estava em sua 7ª temporada. Ainda que não apresente tantos elementos cyberpunks quanto os descritos na Parte I, o episódio Gulpin it Down! (The Great Gokulin Repelling Strategy!!) tem bastante influência da ficção científica japonesa.

No Brasil, o título foi traduzido simplesmente como “Os Gulpins”. E nele, acompanhamos a jornada de Ash e seus amigos, que se deparam com uma horda de Pokémons que ameaçam consumir todos os suprimentos da cidade.

pokemon-cyberpunk-2

Ash e seus amigos observando o raio de partículas subatômicas em ação.

Para combater a invasão de Gulpins, o Professor Jacuzzi utiliza de uma isca presa a uma espécie de drone para desviar a rota dos Pokémons, mas isso acaba não sendo suficiente. Então, após um pouco de batalha, Jacuzzi retorna com mais uma surpresa. É aí que entra a ficção científica!

Armado com alta tecnologia, ele emite um raio de partículas subatômicas, capaz de absorver a matéria e utilizar dos poderes dos Gulpins, para armazená-los virtualmente e em seguida, arremessá-los por um canhão à velocidade de Mach 3 (3704,4 km/h).

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Por mais que seja absurdo, é um uso eficiente da tecnologia, pois aproveita dos movimentos do Pokémon para realizar todo o trabalho. Mas algo dá errado quando as partículas reagem de forma inesperada, tornando dois Pokémons em seres gigantes, em clara homenagem ao cinema japonês! Então, aquela cena que todos conhecemos de nossas infâncias, é realizada em meio aos prédios da cidade.

Em sintonia com nosso tempo, nada mais cyberpunk do que usar de tecnologias para dispersar multidões. Em Akira (1988), temos uma cena de cerco policial, algo bastante comum para representar opressão a populares, comparem:

pokemon-akira

Visualmente, temos o Professor Jacuzzi atuando no centro de comando de seu caminhão. Para essa cena de ação tecnológica, ele coloca um acessório bastante conhecido no cyberpunk: o óculos escuro. Mais uma vez, algo me lembrou de Akira:

pokemon-cyberpunk

Com uma batalha de Pokémons gigantes, não da para evitar de pensar novamente em Akira… Pois é, são semelhanças demais. Porém, não passa de uma mera coincidência, pois é uma homenagem óbvia a Godzilla. Mesmo que Pokémon provavelmente não satisfaça o público cyberpunk, ele conseguiu fazer uma bela homenagem a ficção científica japonesa.

Outra cena interessante do episódio, onde também cabe uma comparação, é o acompanhamento da movimentação dos Gulpins. Assim como em Ghost In The Shell, temos alguém operando diante de um computador o tempo todo:

pokemon-ghost-in-the-shell

Podcast Jogabilidade: Ghost In The Shell – Stand Alone Complex

A equipe do blog Jogabilidade, produziu em seu podcast JACK (Jogabilidade Anime Club Knights) de número 13, um ótimo bate-papo sobre a primeira temporada do anime Ghost In The Shell: Stand Alone Complex.

Para quem busca se informar sobre os 26 episódios e entender melhor o universo em que ele se passa, vai ficar satisfeito com o podcast, que toca em vários aspectos do anime e da sua produção.

Aviso: contém spoilers.

JACK #13: GHOST IN THE SHELL: SAC

http://jogabilida.de/2016/03/jack-13/

Pokémon Cyberpunk – Parte I

Aproveitando o hype do Pokémon Go, não existiria momento mais propício para tratar do episódio de nº 38, que foi ao ar ainda no ano de 1997 no Japão. Nele, somos apresentados a um Pokémon completamente criado a partir de códigos de programação e computação gráfica, o Porygon, e um enredo bastante cyberpunk.

Um boato sobre a falta de privacidade com os dados dos usuários, tem ganhado espaço pouco tempo após o lançamento do jogo Pokémon Go. Ao que tudo indica, ele seria mais uma ferramenta de espionagem do serviço secreto americano. Se o jogo foi desenvolvido com essa finalidade, conseguiu ser muito eficaz. Mas isso seria pouco provável, segundo essa máteria. De qualquer forma, esse fato reacendeu a discussão que Snowden soube muito bem como inflamar: estamos sendo vigiados constantemente?

Deixando de lado esse “cyberpunk da vida real” e voltando ao anime, o episódio “Porygon, o Guerreiro Virtual”, da primeira temporada, parece mais uma aventura vivida no The Grid do filme Tron (1982). Onde somos conduzidos por Ash em sua já conhecida jornada, quando eles se deparam com um problema que os leva ao interior de um mundo virtual.

porygon virtual soldier

Ash e seus amigos sendo transferidos para o mundo virtual.

É claro que, se tratando de Pokémon, não era de se esperar algo consistente com as leis da física, mesmo assim, os conceitos tratados não deixam de ser interessantes, se analisados como uma homenagem a ficção cientifica.

Na tentativa de resolver mais um problema criado pela Equipe Rocket, Ash e seus amigos acabam sendo teletransportados para o mundo virtual, onde ocorre a comunicação que permite a transferência de pokébolas entre Centros Pokémons. Então, Porygon surge para auxiliá-los, um Pokémon criado a partir de códigos de programação e que consegue se converter em diferentes formas.

Tudo é tratado como se o espaço virtual fosse uma mescla do espaço físico com comandos virtuais. Os personagens, ao entrarem nesse mundo, se tornam programas, assim, ficam suscetíveis a ataques virtuais. Eles próprios são considerados invasores dentro do sistema, portanto tratados como uma ameaça pelo antivírus (vacina), que podem matá-los de verdade.

É interessante ver como algo tão diferente da proposta do cyberpunk, conseguiu encaixar em um de seus episódios uma trama tão sci-fi, misturando o ciberespaço, com um ser criado artificialmente e a perigosa reação do sistema de segurança do computador. Mas, com certeza, é ainda mais interessante ver como o cyberpunk já nos apontava tendências do futuro: milhões de pessoas tomando as ruas para capturar monstros em realidade aumentada. Um produto criado por uma grande empresa, o poder da tecnologia de criar novos modismos e como o ser humano é facilmente levado pelo seu fluxo.

Apenas a título de curiosidade, esse mesmo episódio foi capaz de levar 685 espectadores ao hospital, devido a epilepsia fotossensível. Para quem se interessar por mais informações, basta ler o artigo na Wikipédia. A cena que desencadeou essa reação pode ser vista a seguir:

NEUROMÆNCER

Idealizado por Sophie Charlotte Andresen, NEUROMÆNCER é um projeto dedicado a criar ambientações futurísticas. Surgido como um projeto paralelo a seus estudos de direito na Universidade de Zurique, ele acabou se se tornando uma válvula de escape do mundo acadêmico, um lugar onde ela podia se perder num mundo de ficção online criado por si mesma.

Sophie Charlotte Andresen

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#Curta: Last Orders

“Em um futuro distópico e cyberpunk, um grupo de samurais precisam atravessar uma cidade infestada de luzes neon, ciborgues e poluição para tomar uma cerveja. Essa poderia ser facilmente a sinopse do curta animado Last Orders, que reuniu os melhores talentos da animação japonesa da década de noventa para produzir um comercial inovador para a cerveja Murphy’s Irish Stout.”

Trecho retirado do site: http://contraversao.com/

Para mais informações sobre essa curiosa curta metragem, acesse:
http://contraversao.com/last-orders-um-comercial-de-cerveja-que-mistura-anime-e-cyberpunk/

#Ilustração: Rob Shields

Rob Shields é um ilustrador digital americano, que trabalha como freelancer e também para algumas empresas como editoras de livros, desenvolvedoras de jogos eletrônicos, agências de publicidade, etc. Sua arte é bem característica, principalmente por parecer ser voltada a criação de personagens. Em seu DeviantArt, é possível notar a quantidade de elementos fantásticos em seus trabalhos, que não se limitam apenas a ficção científica. Infelizmente, ainda há poucas ilustrações em seu perfil.

DeviantArt: http://robshields.deviantart.com/
Facebook: https://www.facebook.com/RobShieldsIllustration
Site oficial: http://www.robshields.net/home.html
Tumblr: http://www.robshieldsillustration.tumblr.com/

Curta animação cyberpunk de Rob Shields