Porque não falar de Inteligência Artificial e o empecilho 2077

Inteligências Artificiais

Desde o lançamento da versão ChatGPT 3.5, a Internet vive uma fase de euforia com as inteligências artificiais. Nunca foi tão fácil ter acesso aos métodos que nos permitem elaborar textos, criar imagens, vídeos e áudios através de um simples prompt de comando. As IAs invadiram cada campo possível da Internet, da computação e das artes.

Apesar de presenciar esse momento magnífico (e até agora único dentro da cultura digital), continuarei postergando tratar sobre esse grande avanço da cibernética. O motivo é bem óbvio: com esse desenvolvimento exponencial, qualquer coisa dita fica ultrapassada em questão de dias. Além disso, este blog não foi feito para dar notícias, mas para refletir sobre os vários temas que rodeiam a cibercultura.

Há também um fator que diferencia o assunto sobre IAs de outras “tendências” do mundo digital, que é a sua “palpabilidade”. Qualquer pessoa pode com facilidade gerar um comando e obter um resultado diante de seus olhos, diferente de, por exemplo, falar sobre Web 3.0 ou Internet of Things, que mais parecem jargões, buzzwords de determinados nichos de estudo tecnológico. O que quero dizer com isso é que você pode conversar facilmente com várias pessoas sobre Midjourney e ChatGPT.

Espero que, ao menos os ficcionistas, usem dessa experiência de viver essa fase e produzam algo fora dos clichês de hackers desempregados e IAs super sofisticadas que em nada precisam de nós.

Cyberpunk 2077

Enquanto alguns brincam de ser artistas e outros usam essas ferramentas profissionalmente, algo mais acontece no ciberespaço. Algo que não consigo chamar de outra coisa senão poluição.

Com o hype da produção de Cyberpunk 2077, pesquisar livremente sobre “cyberpunk” deixou de ser uma tarefa prazerosa e se tornou algo cansativo, pois descobertas e discussões acerca do termo perderam espaço para qualquer coisa relacionada ao jogo.

Além da quantidade absurda de informações sobre o game, ele também modificou as referências dos resultados de pesquisa pela Internet. Até entendo que, para alguns públicos, Cyberpunk 2077 acaba sendo uma das poucas conexões entre eles e o universo cyberpunk, indo além da estética. Mas é frustrante ter que restringir termos de pesquisa, pois um simples jogo eletrônico tomou 99% do espaço de uma palavra que, antes de mais nada, é a definição de todo um subgênero da ficção científica.

Com as expansões do conteúdo, como patches, DLCs, anime, HQ, etc., isso se intensificou ainda mais. O jeito é esperar a própria Internet soterrar a produção de materiais sobre o game, enquanto usamos o “-2077”.

Por um momento, eu até achei que fosse o único incomodado com algo que parece tão bobo, mas não. Entre as diversas comunidades cyberpunks na Internet, encontrei vários usuários com esse problema.

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